Neaes promove I Visita ao Assentamento Milton Santos - vivência e aprendizado
O Núcleo de Estudos em Agroecologia, Educação e Sociedade – Neaes, em parceria com a Coordenadoria de Extensão do IFSP Campinas, realizou a I Visita de Campo ao Assentamento Milton Santos – Vivências da Agricultura Familiar e Produção Agroecológica na Região Metropolitana de Campinas.
A programação envolveu a recepção dos participantes pelas lideranças do assentamento Eunice Pimenta e Ariele Contrigiani. O grupo teve a oportunidade de conhecer o assentamento, as lavouras agroecológicas e a importância da organização coletiva dos trabalhadores.
A visita foi conduzida por agricultoras, que apresentaram o resgate de lutas e a trajetória do assentamento Milton Santos. Durante as rodas de conversa, os participantes tiveram a oportunidade de debater a organização do assentamento, as formas de associação e as relações com a sociedade.
Também houve um período de experiência prática, em que os participantes acompanharam o plantio de mudas agroecológicas num dos lotes visitados, vivenciando um pouco da perspectiva de trabalho associado.
A visita também teve um espaço para o grupo de trabalho "Novas Tecnologias, Redes e Reforma Agrária", liderado pela professora Zady Castañeda. Durante a reunião com os cooperados, foram apresentados os protótipos dos aplicativos "Cesta Estrela Livre" – aplicativo para o gerenciamento de grupos de consumo e "Agrocomunicação" - aplicativo para o agrupamento e localização de produtores agroecológicos assentados de reforma agrária. Os protótipos são parte da pesquisa em andamento do projeto citado na perspectiva das "Tecnologias Sociais" e da "Educação Popular". A apresentação teve a participação dos estudantes bolsistas participantes do projeto.
Vivência e integração
Na programação da visita, momentos de integração durante o café da manhã, almoço e café da tarde, servidos de forma coletiva e comunitária. Houve sorteio de brindes para os participantes, que foram contemplados com produtos da agricultura familiar produzidos por cooperativas do MST ao longo do país, como arroz, mel e suco integral.
A atividade foi financiada com recursos do projeto de pesquisa “Agroecologia, tecnologias de produção orgânica em assentamentos rurais e educação popular: a contribuição do IFSP para a sustentabilidade ambiental e segurança alimentar na RMC”, contemplado para a implantação de NEA (Núcleo de Estudos em Agroecologia) no CNPq.
Na avaliação da professora Érika Batista, coordenadora do Neaes, as atividades de campo permitem que haja uma descoberta e vivência importante para o aprendizado. “Eles puderam conhecer quem são os trabalhadores e trabalhadoras rurais que produzem os alimentos que vão à nossa mesa, as reais condições de vida e dificuldades que enfrentam para continuar a produzir, sobretudo a partir de um modelo como o agroecológico que não conta com políticas públicas abrangentes como as do agronegócio”, destacou.
A professora enfatizou ainda as possibilidades de enfrentamento e reivindicação populares que a organização coletiva travada por movimentos sociais como o MST possibilitam, desmistificando o apelo ideológico com que a grande mídia trata este tema no Brasil.
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