Além da sala de aula: professor do IFSP Campinas participa de missão da FSF em Moçambique
“Levar como bandeira a fé inabalável de que podemos contribuir para um mundo mais humano e solidário, onde nenhuma criança ou adolescente passe por situações de vulnerabilidade, criando frentes de solidariedade sem fronteiras políticas, religiosas ou étnicas”. Essa é a missão da organização Fraternidade sem Fronteiras, que atua desde 2009 em centros de acolhimento para amenizar a fome e a pobreza de cerca de 17 mil crianças e adolescentes em Moçambique, Madagascar e Senegal. O princípio da organização é ir além de ações assistencialistas, proporcionando o desenvolvimento por meio da Educação.
Seguindo os mesmos princípios humanitários, o professor Alencar Melo, do Câmpus Campinas do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), participou no período de 10 a 21 de março de uma caravana da organização Fraternidade Sem Fronteiras em Moçambique. Nesta missão especial, as principais ações com as crianças envolveram a alimentação, reforço escolar, cuidados médicos e de higiene.
Durante a missão, o professor Alencar teve a oportunidade de visitar e conhecer a realidade de sete aldeias, tendo participado de atividades educativas com as crianças e jovens. Ele conta que, embora a língua oficial de Moçambique seja o Português, apenas no início da vida escolar as crianças começam a aprender o idioma; na região visitada, as crianças mais novas e os idosos falam quase que exclusivamente Changana.
O trabalho desenvolvido pela FSF vai muito além do assistencialismo, diversas atividades educativas são desenvolvidas com as crianças e jovens nos centros de acolhimento, que já chegam a 27 unidades em Moçambique. As primeiras crianças atendidas pela FSF cresceram e algumas estão ingressando na universidade, com apoio da ONG para o prosseguimento de seus estudos.
O professor relata que apesar da extrema carência material, o povo moçambicano possui uma enorme alegria e disposição para superar as suas dificuldades. São extremamente educados, em todas as idades. “Presenciar centenas de crianças sentadas debaixo de uma árvore, esperando pela refeição a ser servida, calmas, tranquilas, é algo quase inimaginável para a realidade brasileira”.
Como aprendizado, Alencar menciona sobretudo a vivência das práticas escolares e oficinas com crianças e jovens, o aguçamento de sua percepção social, com a certeza de que dificuldades, mesmo as mais duras, podem ser superadas com o trabalho coletivo focado nas necessidades da comunidade.
A notória disposição em participar da caravana reforça a ideia do professor de que a educação e a fraternidade podem ser motivadores da mudança.
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